O povo altaneirense é um misto de Baianos, alagoanos, paraibanos, descendentes de índios, ciganos, cangaceiros, de escravos..., fugitivos de guerras e sobreviventes da fome, tendo a fé como âncora na busca por uma vida melhor. Estes povos inseriram no meio as suas crenças e os seus costumes.
Dentre estas crenças podemos citar a DANÇA DE SÃO GONÇALO como uma das práticas observadas nas festividades que ocorrem em Altaneira. Destacaram-se nesta dança a mestre Eliza Grossa, Contra-Mestre João Boré, Mestre João Zuba, mestre Angelita puxadeira, dentre outros brincantes.
Trata-se de um milagre alcançado por uma promessa feita a São Gonçalo do Amarante, onde o agraciado é posto, sob a proteção de um guarda-chuva, ao lado de um altar improvisado, contendo a imagem do santo em local aberto onde a dança será realizada.
A dança é formada por uma fila de homens e outra de mulheres a dançarem em trança de 12 voltas até ao pé do altar onde o santo é reverenciado. As 12 voltas compreendem uma jornada, sendo o total da dança composta por 12 jornadas contadas com grãos de milho, feijão ou mulungu. A animação fica por conta do puxador, também chamado(a) de cabeça, pelo mestre com sua viola e pelo contramestre a tocar uma espécie de tambor conhecido por “meia cuia”.
Segundo a tradição, para a dança ser bem “tirada” ao menos uma prostituta tem que fazer parte entre os dançarinos. A dança de São Gonçalo dentre outros costumes, fazem de Altaneira um verdadeiro berçário de religiosidade.